sábado, 4 de agosto de 2012

Rumo ao desenvolvimento sustentável

A Rio+20, realizada durante mês de junho deste ano, na cidade do Rio de Janeiro, foi a maior conferência da Organização das Nações Unidas em toda a sua história. A cidade recepcionou delegações de todos os continentes em uma grande festa da democracia.

Foram dias de grandes debates em várias partes da cidade. A agenda oficial ocorreu principalmente no Riocentro e no Parque dos Atletas. Já os eventos da sociedade civil concentraram-se no Aterro do Flamengo por meio das atividades desenvolvidas pela Cúpula dos Povos e pela Arena Social. Tivemos ainda uma grande caminhada da sustentabilidade pelas ruas do centro da cidade.

Os resultados oficiais expressos na declaração da Rio+20, apesar das omissões, apontam para a retomada de um debate necessário rumo ao reequilíbrio das relações entre o desenvolvimento econômico e a  sustentabilidade ambiental e social.

Caberá à sociedade acompanhar os desdobramentos da Rio+20 e cobrar decisões. O mapa do caminho pode ser exatamente o documento final da Conferência que, ao reafirmar os princípios da Rio 92, apontou também para algumas iniciativas que devem ser adotadas nos próximos três anos.

No documento ficou pactuado que devemos buscar indicadores de desenvolvimento mais amplos que o Produto Interno Bruto (PIB). Os países solicitaram à Comissão de Estatística das Nações Unidas que inicie um programa de trabalho sobre o tema, em consulta com outras organizações, dentro e fora do Sistema ONU, para tratar deste assunto.

Um comitê de trinta membros será formado com participação das instituições internacionais e demais partes interessadas. Este comitê analisará as demandas de financiamento para o desenvolvimento sustentável, as diferentes fontes de recursos já existentes e sua efetividade. Até 2014 este comitê deverá apresentar propostas à Assembleia Geral da ONU.

Um grupo de trabalho deverá ser criado até setembro de 2012 para definir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que serão submetidos a validação e implementação a partir de 2015. Esse processo intergovernamental deverá ser aberto à participação de todas as partes interessadas.

Foram identificadas ainda 26 áreas de atenção, elencadas a seguir: erradicação da pobreza; agricultura sustentável; segurança alimentar e nutricional; água e saneamento; energia; turismo sustentável; transporte sustentável; cidades e assentamentos humanos sustentáveis; saúde e população; promoção de emprego pleno e produtivo; trabalho decente para todos, e proteção social; mares e oceanos; pequenos Estados insulares em desenvolvimento; países menos desenvolvidos; países em desenvolvimento sem acesso ao mar; África; esforços regionais; redução do risco de desastres; mudança climática; florestas; biodiversidade; desertificação; degradação de solos e seca; montanhas; produtos químicos e resíduos; produção e consumo sustentáveis; mineração; educação; igualdade de gêneros e empoderamento da mulher.

Temos um caminho de muita mobilização e trabalho a ser seguido. Esses temas devem ser debatidos a partir dos interesses da sociedade. O desenvolvimento sustentável só logrará êxito se formos capazes de alterar os rumos do atual modelo que exclui, discrimina e concentra riquezas. Um outro mundo é possível!

Geraldo Vitor de Abreu é membro da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do PT

FONTE: TEORIA E DEBATE

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